Podem me chamar
de preguiçoso,
vagabundo
dizer que dinheiro
não nasce em árvore,
me obrigar correr atrás
Mas esse não é meu interesse
Não compreendem
que quem nasce passarinho
não vai aceitar viver em gaiola?
Eu, Eu nasci para voar!
sem me contentar com
pouca esmola
e não adianta, ninguém vir
me questionar
quem canta o canto
da liberdade
jamais vai se acomodar
a assobiar mediocridade

No meu quarto
escondo O meu mundo
submerso e profundo,
Guardo lá
livros, versos
e meus dilemas
Encontro-me na distância
de tudo que está
por trás da porta
Guardo lá
angústias e anseios
comigo e só
pensamentos, poemas
entre eu a cama e o cobertor
compartilho
os sonhos, ilusões e desamor

Des(iguais)

Ela era luz,
Ele era escuridão,
Na loucura dele
ela era sensatez
Perto dele
ela esquecia-se
da lucidez
Juntos formavam
um yng-yang
na luz um pingo
de trevas
nas trevas um pingo
de luz
de mãos dadas
seguiam uma linha tênue
entre o Religioso e Profano
na corda bamba
buscando equilíbrio
café com leite,
misturado
pingado quente

Livre, libertado, libertário
Sua opinião é o caralho
Somos mais que isso

não preciso ser só roqueiro,
regueiro, raper, skatista
Sério, artista

Nem calado, nem falante
o meu Eu é "variante"
Faço o que eu quero,
não me desespero
se tentam me julgar

que julguem a vontade
malditos, mal sabem
o que é felicidade

Pensam dentro de
um quadrado, fechado.
Não tentam melhorar

Acham que somos obrigados
a ser estereotipados,
não nos ensinam ponderar.

Bianca Guedes Felipe Cupertino

É fato que não é nato meu amor

Eu não sou fácil
sei que sou impossível
as vezes até terrível
de entender
eu sou chata, implicante
adversa, cheia de
controversas
e pensamentos distantes
demasiadamente lerda
as vezes cheia de manias
um pouco tirana, confesso.
Finjo dor, brinco de amor
só pra me divertir
ilusionista
cheia de apelos
intimista
só pra me distrair
Mas depois
de tanto tempo perdido
quero recuperar
aquele doce menino
que me fez progredir
é certo que andei
em ruas de desapego
tramando enredos
contra o vento, por aí
e mesmo não merecendo
pedi uma chance
de em seu amor poder insistir
Já que de fato me tens ternura
e carrega a cura
pro meu vazio parar de existir
Entrego-te então
o meu pobre,
desencantado,
iludido, ferido
Coração
que cansou de pairar
sobre desertos
e da seca
está querendo fugir
Sei que é o único capaz
de guardá-lo em segurança
pra que eu retome a esperança
da felicidade viver,
buquês, poemas e aliança
depois podemos decidir
agora só quero que
preencha o meu ser
e me faça sorrir

É a vida é assim mesmo

A mesma pele que
me aquece
de mim se desfaz
volta quando te apetece
me corta a alma
em sequência
me deságua a calma
e me satifaz

assim não tem
o menor sentido
se a mesma mão
que me afaga
empunha a adaga
e me faz morrer
a felicidade que me dá
me traga
até ver meu coração
sucumbido

Se for pra ser do jeito que é
sou mais andar a pé
pelos caminhos da vida
já que mãos dadas
pouco lhe agrada
e pra viver com dor
nem com feridas nem com amor
quero estar comprometida

Melhor que a dança seja sozinho
e os passos sejam facinhos
pra não me atrapalhar
prefiro estar em par com a solidão
do que sorrir figindo
que meu coração de feliz,
radiante está tinindo

E quando a ouço
me eriça os ouvidos
entra na minha mente

Me arrepia dos pés a cabeça
penetrando corpo e alma
mexe com o sentido
um tanto quanto
Emocionante.

Se faz presente em cada
palpitar do meu coração
Sua notas, solos e vibração

Estagnante, é brisa louca
e não é passageira
simples e complexa
Sorrateira

efeito excitante
envolvente,
agita, acalma
místifica, unifica
É mágica
é música